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sábado, abril 01, 2006

Adenda?

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio

que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca

que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza

pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade

metade de mim é o que penso
a outra metade um vulcão

metade de mim é o que eu grito
a outra metade é silêncio


(Excertos desordenados retirados de
Oswaldo Montenegro, Metade)



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